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Responsável por “Dark” e “Cold Hell” é o sound designer de Desalma

Claudia Abreu é Ignes — Foto: Globo/Estevam Avellar

 A nova série original Globoplay é Desalma, uma drama sobrenatural de Ana Paula Maia. Em 1988, o desaparecimento de uma jovem choca a população de Brígida e a tradicional festa de Ivana Kupala é banida do calendário. Trinta anos depois, a cidade se prepara para trazer a celebração de volta, mas eventos enigmáticos passam a acontecer. A trilha sonora da série chama muita atenção, com músicas originais e regravações ucranianas. Na produção musical temos Alexandre de Faria, que tem no currículo “Deus Salve o Rei” e “Salve Jorge”, e no sound designer temos o alemão Alexander Wurz, em seu currículo a aclamada série da Netflix “Dark” e “Cold Hell”, filme de 2017. A sonoplastia e a trilha sonora são elementos fundamentais para construir toda a atmosfera sobrenatural de Brígida, pequeno vilarejo de imigrantes ucranianos no sul do Brasil. Sons e ruídos atravessam as sequências e ajudam a imprimir um universo fluido, único e misterioso.

    “O convite para ser um consultor criativo para uma série dramática sobrenatural foi muito emocionante porque o desafio era priorizar cenas-chave da série. Analisamos como podíamos transpor e destacar cenas importantes e implementá-las em um design de som criativo”, pontua Alexander.

Foto: Divulgação

 

    O diretor artístico Carlos Manga Jr. optou por uma trilha sonora que quebrasse a expectativa do público ao longo da narrativa. “Usamos uma sonoridade que contrasta com a atmosfera do leste europeu que temos em relação à fotografia e composição de quadro. Temos, por exemplo, a sonoridade do teclado que dá um tempero pop em cima de uma imagem que teoricamente você esperaria ouvir um violino. Assim, a gente pode usar o violino em momentos específicos com sua devida importância”, explica. “A trilha sonora sempre foi um pilar essencial para o gênero. Contudo, é um gênero que pode facilmente cair no óbvio, em clichês clássicos. A nossa primeira premissa foi estar o mais longe disso tudo. Quando o Manga me disse que queria música eletrônica e me trouxe um conceito todo elegante e moderno, eu amei”, explica Alexandre de Faria, Produtor Musical e responsável pela composição da música original da série.

Cassia Kiss é a bruxa Haia — Foto: Globo/Estevam Avellar

Essa ruptura de paradigma também teve inspiração nas bandas ucranianas contemporâneas, que utilizam instrumentos tradicionais em uma roupagem atual, em um estilo “pop vintage”. Uma das bandas é a DakhaBakha. Seguindo essa linha de contraste, por exemplo, será possível ouvir toda a música visceral da banda Sepultura em uma canção pop de sucesso dos anos 80, a Tainted Love, especialmente para “Desalma”. E uma versão de Gravedigger, sucesso de Dave Matthews, na voz de Dan Torres.

Repleta de magia, a série ainda conta com diversos cânticos ucranianos e um deles, o Plyve Kacha, é entoado pela cantora e atriz da série Bela Leindecker, que interpreta Natasha. Ela também canta, junto com Alexandre de Faria, a famosa canção Marusia. A trilha ainda é composta por música russa, como a banda de rock Voskreseniye.

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