Tem spoiler aqui!

O mais recente filme da Netflix tem gerado opiniões mistas, mas algo ali é fato: Se identificar com Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) é quase algo unânime, o filme gira em torno da descoberta dos dois cientista sobre um cometa que atingirá a terra em 6 meses e como o governo e a população reagem sobre a notícia do fim do mundo, e acreditem, não é nada diferente do que vemos hoje mesclando com outros assuntos.

Um dos principais momentos de raiva que passei vendo a produção, foi a postura da presidente (cujo o perfil conhecemos muito) que desdenha do cometa e está mais preocupada com coisas fúteis como sua reputação e outro ponto que notamos uma crítica é quando sabemos que ela mesmo nomeou o próprio filho para ser chefe do gabinete. neste primeiro encontro entre os cientistas e a presidente, se cria um desconforto tão notável que faz até mesmo o espectador querer entrar na tela e botar a presidente para ouvir a verdade.

E obviamente, com tamanho descaso do governo, a imprensa também só vai atrás do que gera cliques e audiência mas ainda assim dão uma oportunidade para Mindy e Kate explicarem a situação mesmo depois do programa deixar claro que um relacionamento de uma famosa é mais importante que um assunto tratado pelos cientistas, então entendi como o público se dividiu na hora de avaliar a produção, mas vamos ao que interessa.

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Premissa

Inicialmente tido como sátira, Don’t look up se transforma em um horror real e besta que estamos de certa forma, acostumados, o negacionismo ali presente só reforça como é totalmente malicioso pro mundo. outra crítica que vale a pena entender é como os bilionários nunca estão de fato querendo salvar ou lutar pela natureza mas sempre querem usar isso como forma de lucro pra  ganhar mais em cima de assuntos sociais sem ligar para o resultado final desde que ganhe dinheiro.

A produção de Adam McKay (Sucession, HBO) é totalmente documental em alguns momentos, takes rápidos fazem com que a energia do filme se torne caótica e isso não é ruim se tratando do contexto do filme e como as coisas vai se desenvolvendo, focando sempre na personalidade dos personagens.

Observações

O que não ajudou muito no filme foi o desenvolvimento, isso porque não vimos outros países empenhados, sendo assim apenas pouco disso pode ser explorado (e sim, é uma sátira, mas mesmo assim poderia ter desenvolvido pontos de vistas melhores) e o filme se torna longo, e digamos que um pouco cansativo, mas que não deixa de tirar alguns pontos da produção.

O mesmo vale para os efeitos especiais no filme que são muito comuns, não mostram algo espetacular, são bons apenas, e a comparar com a mensagem do filme e o próprio elenco, deveria ter sido mais destacado.

Elenco.

Foto: cena do filme/instagram

O elenco obviamente não iria decepcionar na atuação exceto o personagem duvidoso de Jonah Hill (Jason Orlean, filho da presidente), Leonardo DiCaprio honra sua performance interpretando o Dr. Mindy além de demonstrar comportamentos complexos como crises de pânico e seu nervosismo frente ao acontecimento, notável também que ele mostra como pesquisadores e cientistas podem ser usados como cobaias para amenizar os riscos reais como foi mostrado no filme.

Jennifer Lawrence que já era esperada ter um personagem muito amado como os seus últimos não decepcionou, ela é Kate Dibiasky, doutoranda que descobre o cometa (no qual é batizado com seu próprio nome), muito realista em todo o filme, Kate sofre com o machismo imposto tanto pelo público quanto pela imprensa por não ser o padrão de pessoa que eles querem, ela é a mais pé no chão e seus gritos só demonstram a preocupação da personagem que vê todos rindo e vivendo como se não fossem morrer logo.

Meryl Streep encarna a figura mais detestável que temos no filme, a presidente Janie Orlean, ela e seu filho Jason Orlean (Jonah Hill), eles parecem seres que certamente não existiriam mas mediante o mundo que estamos, vemos muito deles por aí, a exemplo real temos certos líderes políticos que trataram o vírus da covid como uma simples gripe, Meryl consegue atuar da melhor forma e ser detestável no nível exato que deveria, é realmente uma rainha.

Ariana Grande interpreta a fútil mas consciente Rina Balley, uma grande artista do universo do filme, também temos Cate Blanchet que da vida a jornalista (Brie) que leva o assunto com leveza, e Timothée Chalamet que incrivelmente tem um papel (Yule) muito questionável mas interessante, e ainda puxa um par romântico com Kate, e com destaque para Rob Morgan que interpretou o Dr. Teddy, sempre muito atento aos cientistas.

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Finalização

Um outro ponto que foi levado em consideração foi a neutralidade das pessoas, os que não estão em nenhum lado, e como isso só reforça que ser neutra coopera para o lado ruim da situação e Chris Evans da uma pontinha no filme retratando exatamente isso, existe uma cena muito divertida em que Kate descobre que os lanches na casa branca não são pagos e anteriormente o general a cobrou, ela passa boa parte do filme pensando: Um general rico me cobrou um mísero lanche.

Contém 2 cenas pós-créditos super divertidas, esperem.

O filme não é ruim como dizem, mas é notável partes descartáveis e que poderiam ser melhoradas, mas no fim o conceito e storytime do filme valem a pena, principalmente pra quem adora o assunto política, a propósito já prevejo o gado aborrecido por não ser levado a sério.

cena final

Nota: ★★★☆☆ (Bom!)